Já sabia meu tempo, finito
Que por um breve momento
Não sei definir o que sinto
Só me resta esperar
A chuva neste lugar, se arrasta
Nem tempestade, nem borrasca
Lâminas horizontais de água
Oscilando pelo ar
Caindo feito plumas
De uma cor azul-alúmina
Iluminando a terra imunda
Lençóis de beleza extrema
No purgatório afunilado
Sou fração, valor quebrado
Porém, meu corpo arrebentado
Ainda retém minha existência
Dividido na terra e em pós-vida
Em minha consciência aturdida
A não-vida não a torna descontínua
Quando me divido, mais uma parte
De cima enxergo a terra
Se aproxima, mas nunca chega
Sou partícula em suspensão amena
Sou água em queda por toda a eternidade
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