[...] enquanto ela se aproximava, eu tomei o tempo pra olhar fundo nos seus olhos e procurar a resposta de quanto vale merecer uma mulher.
E ela veio.
Com um sorriso meio cheio e meio vazio, preparado, mesmo sem saber o que esperar. Uma alma feminina concisa e ao mesmo tempo delicada, se derramando na fluidez de seus passos. Testemunha em toda a história da humanidade, imersa e ao mesmo tempo submersa em si mesma. E ela se aproximava. Incólume, inodora, impalpável, insípida, incolor, inteira, como... como...
ela: Água.
eu (impressionado): O que?
ela: Pode me dar um pouco de água?
[...]
Não queria ser o ar, nuvem me bastava
Passear no nimbo sem ter pressa alguma
Ameaçar chuva sobre aquela menina
Toda vez que minha forma ela decifrava
Não queria ser janela, e sim a visão
Não queria ser paisagem, queria ser distração
Não queria ser amigo, só a companhia
Não queria ser corpo, e sim alma
A tênue linha entre a mente e o mundo
Acompanhá-la nas feições do dia
Não queria ser maior, melhor ou pior
Não queria ser piano, queria ser si menor
Não queria ser lona, e sim o papel
Não queria ser giz, queria ser giz pastel
Eu me pergunto se decifrava ele minha contemplação,
Do desejo de tê-lo em mãos
Ou das atividades minhas, a ambivalência;
Pois tardio por um tempo se repetiu
Como se assinasse um contrato invisível
Me concebia a proximidade e então a ausência;
Para no limiar das nuvens sumir
Em uma corrida para o céu medir
Que fazia voar para os pássaros, a essência
E era pleno neste auspício
Nunca vi tão eficiente um falcão-peregrino
Emborcar em uma via ortogonal
Ao mar, que distraía a columbiforme vítima
Que tinha como última a vista marítima
Quando consolidava-se a cadeia de alimento animal
Abatia a presa, presa num trânsito ingênuo
Destemido tal D'autoche caçando Vênus
Posteriormente a ser descrita essa caçada magistral