[...] enquanto ela se aproximava, eu tomei o tempo pra olhar fundo nos seus olhos e procurar a resposta de quanto vale merecer uma mulher.
E ela veio.
Com um sorriso meio cheio e meio vazio, preparado, mesmo sem saber o que esperar. Uma alma feminina concisa e ao mesmo tempo delicada, se derramando na fluidez de seus passos. Testemunha em toda a história da humanidade, imersa e ao mesmo tempo submersa em si mesma. E ela se aproximava. Incólume, inodora, impalpável, insípida, incolor, inteira, como... como...
ela: Água.
eu (impressionado): O que?
ela: Pode me dar um pouco de água?
[...]
Não queria ser o ar, nuvem me bastava
Passear no nimbo sem ter pressa alguma
Ameaçar chuva sobre aquela menina
Toda vez que minha forma ela decifrava
Não queria ser janela, e sim a visão
Não queria ser paisagem, queria ser distração
Não queria ser amigo, só a companhia
Não queria ser corpo, e sim alma
A tênue linha entre a mente e o mundo
Acompanhá-la nas feições do dia
Não queria ser maior, melhor ou pior
Não queria ser piano, queria ser si menor
Não queria ser lona, e sim o papel
Não queria ser giz, queria ser giz pastel